Certificação

Por ser um termo apropriado por diferentes perspectivas filosóficas ao longo da história, apresenta variações nas interpretações que lhe são conferidas, trazendo consigo dificuldades em relação ao seu uso e significado precisos. Trata-se, em síntese, de distintas concepções filosóficas acerca da noção de "ação", pois práxis sempre diz respeito a agir no mundo.

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Pode-se dizer que toda práxis significa ação, mas nem toda ação significa práxis. Isto porque práxis não é sinônimo de prática, não diz respeito a apenas agir, mas impõe que este atuar seja algo indissociável do conhecer, pensar, teorizar, projetar a realidade. Aliás, sob essa perspectiva, compreender a realidade também é algo que acontece ao instante em que se atua sobre ela. Disto decorre a superação da clássica cisão entre teoria e prática, sejam ambas percebidas como fenômenos opostos ou complementares, pois a práxis as compreende como elementos de um processo único e unitário.

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Práxis significa a atividade prática conscientemente orientada e processualmente crítica por meio da qual o ser humano cria (produz) e transforma (conforma) seu mundo histórico e a si mesmo. A práxis não é apenas atividade social transformadora, no sentido da transformação da exterioridade, da criação de objetos, de instrumentos, de tecnologias; é atividade social transformadora também com relação ao próprio ser humano que, na mesma medida que atua sobre a natureza, transformando-a, produz e transforma a si mesmo. Por esse motivo é uma atividade específica do ser humano, que o torna ser ético e político. A práxis expressa o poder que o ser humano tem de compreender e transformar intencionalmente o ambiente externo, isto é, tanto a natureza como o meio social em que está inserido.

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A práxis exige a autocrítica e a revisão dos objetivos, ou seja, interpretar o mundo ao mesmo tempo que se transforma esse mesmo mundo e transformá-lo com consciência crítica e reflexiva da própria ação e da realidade nova que se está gerando. A práxis tem em si a finalidade de abolir a alienação humana, criando pessoas sempre mais humanas, uma sociedade verdadeiramente humana. 

Disso decorre a pertinência do conceito ao campo da educação para o trabalho e a confluência para a ideia de uma práxis educativa. Educar para o trabalho significa justamente levar pessoas a interpretar (conhecer) e transformar (atuar) o mundo e a si mesmas a fim de que se alcance liberdade, justiça, plenitude humana. Práxis educativa propõe que todas e todos envolvidos no processo educativo atuem de maneira intencional, coerente, embasada, contextualizada, reflexiva, crítica, concreta e transformadora da realidade vivida, afirmando-se no mundo, modificando-se em si mesmos (no sentido da autenticidade), visto que é no próprio agir que se desenvolve a compreensão de si e do mundo.