Certificação

Pode ser entendida como campo do pensamento filosófico que investiga o modo de viver do ser humano, refletindo sobre o que é o verdadeiro bem, qual seria a vida realmente boa e os meios justos para alcançá-la, quais são os deveres morais dos indivíduos para consigo mesmos e para com os outros, e quais os critérios de juízo acerca da moralidade das ações humanas. De outro modo, pode-se definir Ética como o complexo de respostas dadas à questão: o que é a vida boa? Questão que se impõe ao ser humano historicamente e a cada situação pontual e particular, pois o ser humano, ao atravessar a realidade concreta da vida, encontra a necessidade prática de compreender o mundo, as pessoas, a si mesmo, e estabelecer valores, formas de ser e atuar social e individualmente, fazendo escolhas e tomando decisões. Confrontado com regras e valores socialmente instituídos, tal qual com diferentes maneiras de se viver a vida, o ser humano, no fluxo experiencial de sua existência, interroga, problematiza e busca compreender o que é bom, melhor e mais valioso para orientar a sua própria vida. Chama-se Ética a esse fenômeno de buscar entender a melhor forma de se viver e, consequentemente, de agir na direção do que se concebe como vida boa. 

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Nesse sentido, a formação ética se apresenta como um processo completamente indissociável de qualquer ação educadora, visto que educar é essencialmente humanizar e socializar as pessoas, explicar e desvelar a realidade do mundo, construir formas de existir e de agir na vida. Nos ambientes e nas atividades de ensino, intencionalmente ou não, formam-se eticamente os sujeitos, pois até mesmo o mais pretensamente imparcial repasse de conteúdos científicos e informações técnicas parte de uma compreensão de mundo e possui valores subjacentes. A formação ética nas escolas, quando não é intencional, também socializa valores, posturas e percepções da realidade, no entanto, sem abertura à reflexão e à crítica, podendo naturalizar condutas alheias ao bem da humanidade. Quando a formação ética é intencional, promove o exame íntimo e sincero acerca do que realmente é valioso na vida, estabelecendo a reflexão aberta e coletiva sobre as consequências e responsabilidades de diferentes formas de perceber o mundo e atuar nele, conquistando acordos de como se deve viver para alcançar uma vida humanamente boa. A formação ética nas escolas não é eficaz quando é realizada por meio da imposição de valores ou da mera apresentação de normas, mas acontece efetivamente mediante o processo coletivo, democrático, vivencial e crítico sobre o que seria vida boa para todos e todas diante das leis e correntes de pensamento existentes.

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Na Educação Profissional, os trabalhadores e as trabalhadoras desenvolvem uma compreensão do mundo do trabalho, sedimentando valores que, diante dos dilemas da vida e da atuação profissional, transmutam-se num conjunto de deveres percebidos como inerentes às atividades desenvolvidas. Assim, cabe ao processo de formação ética na educação profissional investigar esses deveres com base na democrática e realista discussão dos valores para a existência humana e para a prática profissional. Na direção de uma formação ética significativa, pode ser interessante apresentar acordos basilares da sociedade (como a Constituição Federal, a Declaração Universal do Direitos Humanos) ou do fazer profissional (como os códigos de conduta profissionais), perfazendo o caminho racional para a escolha dos valores neles estabelecidos. Porém, mais importante ainda é viabilizar a construção vivencial e crítica do que é uma atuação profissional geradora de bem para a humanidade e, consequentemente, para a própria trabalhadora e para o próprio trabalhador. Fundamental, dentro desse processo formativo, é demonstrar que todo modo de se compreender a vida e se atuar no mundo gera impactos sociais, o que implica que cada trabalhadora e trabalhador possui responsabilidade pelo modo que percebe a realidade e atua tanto a sua profissão, como os seus projetos de vida.