Educação Profissional
a Distância
Conceitos Básicos
Origem. Et. Do latim educatĭo, ōnis "ação de criar, de nutrir; orientar, conduzir" + professĭo, -ōnis+al "ação de quem professa, declara, ensina; mister" + distantem (dis "separado" + stare "estar"), "afastado, que está longe", sugerindo a noção de "orientar quem está longe para que se torne mestre no ofício". O mais remoto registro de uma experiência de educação a distância é de um curso de taquigrafia por correspondência em 1728. No Brasil, a educação a distância surgiu com cursos de qualificação profissional e tem seu registro mais antigo com a data de 1904, por um curso de datilografia por correspondência.
Definição
É o processo de formação para o trabalho no qual docentes e discentes estão separados fisicamente no espaço e/ou no tempo. Trata-se da modalidade educacional que desenvolve um conjunto planejado de atividades didático-pedagógicas estruturadas no uso de tecnologias (cartas, ou apostilas, ou rádio, ou televisão, ou celular, ou computador, entre outras) que permitem que docentes e discentes estejam em ambientes físicos distintos enquanto ensinam e aprendem o trabalho.
O conceito de "distância" no interior de um percurso formativo indica a não continuidade espacial das relações entre quem ensina e quem aprende e, portanto, aponta para a necessidade de soluções técnicas informacionais e comunicacionais voltadas à superação dessa ruptura com a presencialidade, no sentido de possibilitar a construção de relações sociais pedagógicas efetivas. Atualmente, as recentes tecnologias digitais de comunicação tem permitido o alcance de grandes contingentes de pessoas a processos educativos pelas redes sociais e pelos mais variados Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), embora seja ainda extensa a lista de pessoas que não conseguem estudar por esses meios. Com o avanço dessas tecnologias, está sendo possível disponibilizar, a um custo muito reduzido, grandes quantidades de informações e conteúdos, com uma infinidade de cursos abertos e gratuitos, permitindo a interação e a colaboração, a qualquer tempo, entre pessoas distantes geograficamente ou inseridas em contextos diferenciados.
Mas a despeito de todo o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação (TIC) ao longo dos tempos e das alternativas auspiciosas que as acompanharam no campo educacional (dos cursos instrucionais por correspondência postal, passando pelas videoaulas amplamente televisionadas, até as metodologias ativas no e-learning), a Educação Profissional a Distância, para ser efetiva, exige a constante e recíproca comunicação entre as pessoas envolvidas no processo de formação profissional e não impede que ocorram encontros presenciais ocasionais com propósitos didáticos e de socialização. Aliás, em alguns casos de Educação a Distância, há mesmo a obrigatoriedade de momentos presenciais pontuais para, por exemplo, atividades avaliativas, práticas em laboratórios de ensino, estágios e defesas de trabalhos de conclusão de curso (conforme §1º do Art. 1º do Decreto nº 5.622/2005). Isto porque as tecnologias, novas ou antigas, são apenas meios que devem potencializar a mediação das aprendizagens, mas não são a finalidade das práticas educacionais em si mesmas. Ou seja, ainda que estejam disponíveis os meios mais avançados de tecnologia da informação e comunicação, não são essas ferramentas que garantem a formação profissional, mas antes, a qualidade das relações estabelecidas no interior dos processos de educação.
A Educação a Distância (EaD) voltada para a formação de trabalhadores e trabalhadoras é largamente confundida com a mera atividade instrucional, unidirecional, centrada na autoridade dos materiais de ensino e voltada para a instrumentalização de pessoas. Paralelamente, ganham espaço as práticas centradas na aprendizagem dos alunos e alunas que, no entanto, relegam a estes toda a responsabilidade pela própria autoinstrução, com percursos formativos individualmente motivacionais e comprometidos com as demandas do mercado de trabalho. Contudo, quando se fala em Educação Profissional a Distância, faz-se referência a um processo complexo que não se limita a ser apenas ensino a distância ou somente aprendizagem a distância, mas um percurso de relações sociais complexo que forma o ser humano em sua integralidade para o trabalho, ou seja, para a realização de si e a transformação do mundo em benefício da humanidade.