Certificação

É o amplo conjunto de diferenças entre pessoas que constituem um mesmo arranjo social. Trata-se da pluralidade humana presente em determinada sociedade quanto aos mais variados aspectos: culturais, políticos, éticos, identitários, étnicos, etários, econômicos, de crença, de tradição, de gênero, de orientação sexual, de capacidade física, de língua, etc. A Diversidade Social é um fato que implica a afirmação da igual dignidade entre todas as pessoas e o diálogo permanente acerca de suas diferenças, sejam as diferenças concernentes a grupos maioritários ou minoritários. Compreendendo-se que todas as pessoas são diferentes em características, valores, atitudes, mas iguais em humanidade, a Diversidade Social exige a acolhida às diferenças e a luta contra as desigualdades. 

A desnaturalização das desigualdades e a tolerância com as distinções são elementos fundamentais para que seja difícil o florescimento de qualquer espírito de inferiorização de grupos sociais ou de uniformização empobrecedora de humanidade. Ou seja, para que a Diversidade Social subsista enquanto riqueza e plenitude da humanidade, a intolerância com a intolerância se faz uma obviedade lógica. Por isso, Diversidade Social não quer dizer a aceitação de tudo, visto que além da negação de condutas estabelecidas dialogica e socialmente como danosas e inaceitáveis ao convívio social (isto é, os crimes), também requer a contrariedade às desigualdades entre os que são apenas diferentes.

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Cada ser humano é único, irrepetível e a pluralidade humana é um fato até mesmo entre os mais semelhantes. A família, por exemplo, é um lugar de múltiplas dessemelhanças entre semelhantes. A acomodação das distinções entre os membros familiares é realizada pela socialização, um processo formativo no seio familiar que acostuma seus membros às diferenças enquanto normalidades. Quando se fala sobre vida em sociedade, as diferenças se ampliam, e quando a sociedade está num mundo globalizado, essas distinções se tornam ainda mais sofisticadas e agudas. Por isso, visando a convivência com a diferença complexa, própria do cotidiano na contemporaneidade, é fundamental o processo formativo num ambiente escolar plural, capaz de superar os anseios por padronização e homogeneização humanas. É na convivência prática com a diversidade que se formam pessoas capazes de lidar com as variadas diferenças presentes na sociedade. Não por acaso a Constituição Federal estabelece, em seu artigo 205, que a Educação é dever tanto da família como do Estado e que precisa ser promovida em colaboração com a sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.