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Avaliação da Aprendizagem

Processos e Práticas

Origem. Etim. Ato e efeito de avaliar, do latim a + valere, “ser forte, ser capaz, ser significativo”, indicando"“atribuição de força, consideração de capacidade, estimação de valor, julgamento de mérito”, do ato e efeito de aprender, do latim, ad, “junto” + prehendere, “segurar, prender, possuir, tomar posse de, apropriar-se”, sugerindo a noção de “conferir valor, julgar o quanto é forte, capaz, significativo o resultado do processo de apropriação”. 

Definição

A avaliação é um fenômeno complexo e abrangente que faz parte da condição humana enquanto atividade de reflexão. Tem sua razão de ser no processo de contínua melhoria e, por consequência, está intimamente relacionada aos valores e ideais de quem a realiza. Pode manifestar-se de modo informal, como ação natural e cotidiana diante dos encontros e acontecimentos da vida, ou de modo formal, como ação sistemática na busca da compreensão do desenvolvimento de atividades, fatos e conhecimentos previamente planejados. A avaliação formal ganha centralidade no campo laboral e educacional.

No campo educacional e, mais especificamente, no ambiente escolar, ganha centralidade a avaliação da aprendizagem. Esta se traduz como um processo intencional e sistemático de levantamento, análise e interpretação de informações, mais ou menos participado, mais ou menos negociado, mais ou menos contextualizado, acerca do que os alunos e as alunas sabem e são capazes de fazer numa diversidade de situações. Para se realizar de forma coerente, não pode ser compreendida como algo à parte, isolado, mas deve ser concebida como atividade associada a um processo maior, a objetivos e finalidades de um projeto de educação, bem como aos fundamentos teóricos que a contextualizam. A avaliação é reflexo da concepção que se tem do mundo, da vida e da sociedade.

Por conta da diversidade de perspectivas teóricas, ideologias, contextos e culturas educacionais, os estudos, planejamentos e práticas de avaliação da aprendizagem estão em permanente tensão. No entanto, a partir do percurso histórico das práticas avaliativas e das evidências reconhecidas por décadas de pesquisas, é possível apontar algumas recomendações consolidadas:

  1. A avaliação diagnóstica ao início do curso, semestre, ano letivo ou unidade, para a identificação prévia de cada membro da turma em relação aos objetivos necessários de aprendizagem, visando revisar o planejamento de ensino e tomar decisões suficientes e satisfatórias para o desenvolvimento das aprendizagens;

  2. dimensão processual da avaliação, no sentido do acompanhamento da trajetória e da mediação do desenvolvimento do estudante, visto que o objetivo do ensino é a aprendizagem, não a classificação ou a seleção de pessoas, conforme preconizam os exames de medição pontuais;

  3. A função formativa como a principal função da avaliação, pois verificar as aprendizagens pode ser uma parte importante do percurso avaliativo, mas o fim deste é acima de tudo melhorar, desenvolver, motivar e promover as aprendizagens, ou seja, mais importante que uma avaliação da aprendizagem é uma avaliação para a aprendizagem;

  4. A integração ao processo de ensino e aprendizagem, visto que a avaliação não faz sentido por si só e é descabida qualquer prática avaliativa que não dialogue de forma clara e coerente com os objetivos, conteúdos e métodos do processo pedagógico;

  5. A partilha do poder de avaliar entre docentes, discentes e outros intervenientes, a partir de uma variedade de estratégias, técnicas e instrumentos de avaliação, visto que o compromisso do processo avaliativo não está com a preservação da autoridade professoral ou com o controle e punição dos desviantes, mas com a melhoria do processo de aprendizagem;

  6. O feedback, nas suas mais variadas formas, frequências e distribuições, é um elemento indispensável na avaliação, pois é através dele que se reconhecem as dificuldades e se adentra no ciclo do ensino e da aprendizagem;

  7. Os contextos, a negociação, o envolvimento dos participantes, a construção social do conhecimento e os processos sociais e culturais na sala de aula são fundamentais para o desenvolvimento das aprendizagens e, portanto, são cuidadosamente considerados na avaliação;

  8. A utilização de métodos predominantemente qualitativos, que sejam desafiantes, significativos e contextualizados, não descartando a possibilidade da utilização de métodos quantitativos, pois a medição pode fazer parte do percurso de aprendizagem; e

  9. A prática propositiva, pois no processo avaliativo é importante não apenas constatar dificuldades, mas propôr imediatas soluções para os obstáculos enfrentados por alunas e alunos.

Palavras relacionadas:

Avaliação Educacional

Metodologias Avaliativas

Para saber mais:

 

Avaliação das Aprendizagens:

uma agenda, muitos desafios

Referências Bibliográficas

FREITAS, L.C. Avaliação Educacional: caminhando pela contramão. Petrópolis: Vozes, 2009.

FREITAS, S. L.; COSTA, M. G. N.; MIRANDA, F. A. Avaliação educacional: formas de uso na prática pedagógica. Meta: Avaliação, v. 6, n. 16, p. 85-98, 2014.

HOFFMANN, J. Avaliação formativa ou avaliação mediadora? Porto Alegre: Mediação, 2005.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudo e proposições. São Paulo: Cortez, 2013.

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